UM NAVIO CHINÊS ESTÁ SENDO ACUSADO DE ROMPER UM GASODUTO E CABOS SUBMARINOS NO GOLFO DA FINLÂNDIA

A Finlândia e a Estônia estão formalmente investigando um navio chinês que lançou âncora ao longo de 100 milhas náuticas (185 quilômetros) através do Golfo da Finlândia, atingindo linhas de telecomunicações e de gás. O navio porta-contêineres de propriedade chinesa, Newnew Polar Bear, e um navio cargueiro russo ( Sevmorput) que transitavam pelo Golfo da Finlândia no início de outubro teriam estado em áreas onde ocorreram danos a um gasoduto submarino de gás natural e a dois cabos de telecomunicações. As investigações estão sendo feitas pelo Bureau Nacional de Investigação da Finlândia e pelo governo sueco. O Newnew Polar Bear posteriormente se tornou o foco da investigação. Depois de partir do Mar Báltico, o navio foi fotografado chegando ao porto russo de Arkhangelsk com a âncora de bombordo aparentemente desaparecida em 22 de outubro. Dois dias depois, o Gabinete Nacional de Investigação da Finlândia anunciou que tinha recuperado uma âncora embutida no fundo do mar junto ao oleoduto danificado, em cooperação com a Marinha Finlandesa e a Guarda de Fronteira Finlandesa. Até agora, o Newnew Polar Bear é o principal suspeito do incidente.

Poucos dias antes, o governo sueco confirmou que um cabo submarino de telecomunicações entre a Suécia e a Estônia tinha sido danificado “por meio de força externa ou adulteração”. Observou que os danos ocorreram na zona econômica da Estônia. Em ambos os casos, as autoridades finlandesas confirmaram que apenas dois navios – o Newnew Polar Bear e o Sevmorput – estavam presentes nos locais onde os danos ocorreram por volta da altura aproximada em que foram detectados. Na semana passada, o Ministro da Defesa da Estônia, Hanno Pevkur(foto), disse que os incidentes com o gasoduto (Balticconnector) e os dois cabos de comunicações no Golfo da Finlândia estão ligados:  . “Eles foram destruídos por mãos humanas, provavelmente por uma âncora. Mapeamos e filmamos o fundo do mar e temos uma visão muito boa do que aconteceu.” Ele  acrescentou que se a âncora ficar solta por mais de 100 milhas náuticas (185 quilômetros) entre os cabos danificados e o oleoduto, será difícil aceitar que tenha sido apenas um acidente. “O capitão entendeu que havia algo errado, então a questão para a qual temos que encontrar uma resposta é se isso foi proposital.”

A Estônia e a Finlândia solicitaram formalmente a oportunidade de enviar representantes à China para investigar o Novo Urso Polar, que está programado para chegar ao porto de Tianjin, na China, esta semana. As autoridades russas, incluindo Vladmir Putin, rejeitaram qualquer afirmação de que Sevmorput estava ligado aos incidentes. “O Golfo da Finlândia é raso. O fundo é relativamente plano, então não é difícil dizer o que aconteceu lá embaixo, você pode facilmente examiná-lo. Não é surpreendente que um navio chinês fizesse isso. A China muitas vezes faz esse tipo de coisa quando sabe que será descoberta. Eles estão apenas desafiando a comunidade internacional a fazer algo a respeito. É como se quisessem enviar um sinal: ‘Fizemos isso com esses caras, podemos fazer isso com qualquer um’”. A Estônia acredita que a situação estratégica mudou no Mar Báltico desde o advento da Guerra da Ucrânia. O Golfo da Finlândia tornou-se um “tema quente” dentro da OTAN à medida que a Finlândia e a Suécia aderem à Aliança. A infraestrutura sob as águas do Golfo ligará agora uma parte da OTAN ao que em breve serão novos territórios da OTAN. Devido à sua geografia, a Finlândia, em particular, depende das comunicações submarinas e das ligações de gás natural.